sábado, dezembro 08, 2012

O Idoso

É aquele desaventurado que chegou aos noventa anos sem que a morte o levasse.  
Como eu gostaria de não ser tragada pela morte!   E você já refletiu sobre isso?
Estou iniciando com perguntas.Você gostaria de viver até quantos anos? A ideia da velhice o assusta? Como você vê o idoso? Como gostaria de ser tratado nessa idade?
Criou-se na nossa sociedade uma ideologia  de que o idoso deve terminar seus dias num albergue, casa de repouso ou abrigo.
Perguntemos novamente: QUEM É NOSSO IDOSO?
É alguém que já produziu,  procriou, e sacrificou-se para manter uma família, passou noites em vigília enquanto o filho dormia ou estava doente.Também aquele que contribuiu com mão de obra para o progresso da sociedade.
Será ele um trapo velho, que pelo fato  se encontrar desgastado, joga-se fora? Com a idade terá se transformado em mero objeto?Não será ele diferente de uma coisa?
 O humano atual está relegado à condição de coisa, está coisificado. Tornou-se descartável igual os objetos que criou. Será que existe diferença entre o criador e seu invento? E estes valores a que o reduziram não lhe anula enquanto ser inteligente?
Creio eu que se é inteligente a ponto de promover o desenvolvimento científico(tão adiantado atualmente), deveria inventar algo para proteger a si mesmo. Mas como proteger a si próprio?
Estamos imitando demais  culturas do desamor,  da violência, da desumanidade adotadas em países onde o capitalismo selvagem é o ícone a ser seguido. Onde o TER vale mais que o SER e isso percebe-se em filmes, novelas, seriados e programas diversos a que está exposta nossa população (que os tem como único lazer) . Cuidemos, pois, para que tais ideologias não desvirtuem nossa família, nossa sociedade.

Costumam chamar de primitivos nossos índio, numa atitude bastante injusta, e de civilizados outras sociedades, a que eu pergunto: Ser civilizado é desprezar a si próprio, e ao ambiente em que se vive em nome dos bens materiais?

Os índios não abandonam seus idosos em locais que aparentemente parecem dizer- Estou aqui apenas esperando minha hora ...
Até que ponto estamos fazendo o que gostaríamos que nos fizessem?
Pesa-me o coração quando visito um abrigo para idosos próximo a minha residência e que lá alguns daqueles internos perguntam? " você conhece....é da minha família. Caso veja, diga-lha que enviei lembranças".
Alguém (funcionário do albergue) diz: "estão aí porque não sabem mais o que fazem". Houve um tempo que também não sabíamos o que fazíamos e nem por isso fomos abandonados.
Vivemos numa sociedade decadente em afeto, em respeito, em moral em ética em que a matéria ganha de tudo. Dinheiro vence  tudo. Por ele abandona-se os genitores, mata-se o semelhante, corrompe-se acha-se normal o obsceno, em suma , desrespeita-se todo e qualquer ser.
Logo, reflitamos sobre nossas atitudes,sobre a vida, amando mais nossos idosos, servindo de exemplo para nossos jovens, garantindo a nós a colheita de nosso plantio.
Desenho de Modesta Trindade Theodoro