quinta-feira, julho 23, 2015


quarta-feira, julho 22, 2015

Adversidades do fim

Como sobreviver às adversidades ao aproximar-se dos sessenta anos? 
É impossível se sentir bem quando tudo em volta mostra o descrédito na capacidade física e mental do ser que tem um pé no final da década de 50 e o outro no princípio da de sessenta. Tudo que se fala parece fora de época, tudo que se faz parece provocar um risinho de lado quase imperceptível, mas bem significativo para quem já sofre pela falta de confiança ao perceber nos olhares rápidos e desdenhosos da maioria a famosa palavra "caduco". 
Prova difícil e irreversível a da idade. Todos passam por ela, a menos que partam em tenra idade. Contudo, esse não é o desejo de quem se preza, aliás, esse é o anseio apenas de quem não está em pleno gozo de suas faculdades mentais. Todavia, aquele que tem sua idade terrena retardada muitas vezes tem também colocada em dúvida sua sanidade mental.
Pena que o valor do humano seja associado a faixa etária. Quando criança, não é levado a sério, quando ancião, também não. Se é adolescente, não tem personalidade formada. Então somente é sábio, correto, infalível o adulto! É indiscutível que todas essas faixas um dia farão parte do passado e muito dolorido será o fim porque o tempo é  imutável, o hoje nunca será amanhã e o amanhã jamais será o ontem.
É a lei da vida.Um fim de tristeza, de solidão, de descrédito e de dó... esse último é o sentimento que todos abominam em idade tardia e  certamente do qual nunca fugirão. 
Dó. É tudo que restará. E, por último, embora a contragosto, paciência e resignação... até lá... o fim.