domingo, março 30, 2014

Preconceito e Discriminação




 O Brasil deveria ser o país a dar exemplo de igualdade, solidariedade e humanização, visto que adquiriu uma riqueza cultural quando comportou em seu seio um oceano de etnias e logicamente de variação cultural.
Contudo é constrangedor perceber que ainda não desabrochou a consciência de que é  a sua língua, sua mistura de cor que ( o torna mais belo e rico pelo modo de vestir, alimentar-se, falar, dançar, cultuar divindades e agir ) materializando uma construção elencada a partir de índios, negros e imigrantes brancos dos mais diversos países.
 É constatado que uns, nos ensinaram a afetividade; outros lições de ética (tão pouco compreendidas!) e de educação e alguns, exemplos de democracia ou tirania aquilo que veio a se transformar nessa ânsia louca por liberdade e igualdade que se foi construindo gradativamente ao longo desses quinhentos e quatorze anos. Vale ainda ressaltar que não param por aí  as contribuições recebidas de outros países e que precisam passar pelo crivo da razão. Por isso ponho-me a refletir que ideologias, que exemplos de humanização estão sendo absorvidas pela sociedade atual?
Estamos no momento assistindo a um dos mais cruéis espetáculos(é o circo dos romanos no passado) de preconceito e discriminação no país. É contra a mulher, contra o negro, contra o índio, contra os médicos estrangeiros e como se não bastasse contra os nordestinos.

 Sou obrigada a admitir um fato que em toda minha vida jamais tivera conhecimento : xenofobia como atributo de brasileiro. Tinha conhecimento de que satirizavam os índios, maltratavam e assassinavam mulheres, agrediam pessoas de etnia africana com um sem número de frases preconceituosas, de agressões verbais e até tentativas de separar a região Sul e Sudeste do Nordeste, todavia, agora a mais recente é a ojeriza demonstrada pelos médicos cubanos por determinada classe profissional. Acredito que tamanha empáfia deve-se ao fato de algumas pessoas terem deixado que o capital lhes dominem o cérebro, acredito que já não são mais donas de si mesmas,  mas escravas do materialismo que superou a capacidade humana.
 Vejo que na formação do brasileiro faz falta os estudos das obras do ilustre e saudoso GILBERTO FREIRE quando afirmava  que o negro amaciou a língua portuguesa, que fortaleceu a afetividade até quando falava "sinhazinha, nhônhô," entre tantas palavras doces que nós herdamos deles.









Sinto também ainda, por muitas pessoas não terem estudado a obra O Manifesto Comunista de Karl MARX para entenderem a selvageria do capitalismo em que vivemos a ponto de elevar o dinheiro em detrimento do homem que o submete ao extremo de trabalhar tanto e vive   matando-se  ou matando outrem para sobreviver.


 Já em relação à mulher, apesar do tempo em que foi escrito e de muitas citações ainda carregarem vestígios do preconceito contra a mulher no passado, vale a pena ler A Sujeição das Mulheres de STUART MILL, a fim de compreender a submissão histórica a que vem sofrendo e os interesses ocultos que existem por trás de toda essa polêmica. Também aconselho a leitura  da obra  Mulheres que Mudaram o Mundo de GABRIEL CHALITA importante autor que dismitificou a ideologia de gênero dentro das descobertas científicas e cujo conteúdo esclarece a significativa contribuição que a mulher exerceu e exerce na sociedade embora muitas vezes tenha sido ofuscado seu trabalho em nome de uma reputação medíocre que lhe era cobrada e até hoje  porque até hoje  posso afirmar com autoridade que a mulher só tem deveres porque seus direitos sempre foram limitados.



Sobre  o  preconceito para com os médicos a obra
As Oito Metas do Milênio bem que deveria ser estudada, talvez se compreendesse o que é ter saúde. A urgência que se tem para que se combata as doenças é devido a extensão territorial que favorece as inúmeras epidemias existentes e com carência de médicos é completamente impossível erradicá-las. Muitos médicos são necessários para que se reduza e previna  problemas emergenciais porque quando se tem saúde não há necessidade de médicos.
 Em se tratando  do preconceito para com os índios eu sugiro que se leia o livro ou assista ao filme Enterrem meu Coração na Curva de um Rio e aprenderão o significado de liberdade, democracia, lealdade e arte, pois nesse sentido o índio é e sempre foi mestre uma vez que vivencia,   conhece e ensina com maestria e  autoridade os três.

  Por último pensemos sobre o preconceito regional, como pode em um só país haver tanto desprezo com seus próprios compatriotas? Alguns estudantes sofrem até constrangimento em intercâmbios internacionais pelos conterrâneos pelo fato de serem Nordestinos e é quando  eu convido os nossos antagonistas a dar uma "espiadinha" na história do Brasil e principalmente de Pernambuco, a fim de  pelo conhecimento constatar o devido valor de um  povo que soube ser "a fonte da vida e da  história desse povo coberto de glória"(...). Mas para isso é necessário estudar: "Só isso:" conhecimento.

 É triste se assistir aos exageros do neoliberalismo, a decadência da leitura e consequentemente do conhecimento, pensar se tornou exercício de poucos. O neo tecnicismo tem formado homens-máquina e lobos solitários que riem sozinhos diante de um What'sapp e se isolam na multidão num silêncio de morte porque o resultado é sempre uma depressão e um suicídio.
 O que será mesmo isso, esses misantropos são diferentes dos antigos? Aqueles se fechavam ao contato com o mundo, mas buscavam o conhecimento, embora só servissem para alimentar o próprio ego;  esses se fecham e não usam o conhecimento para humanizarem sequer a si mesmos, vivem fechados feito ostras, medrosos e mau humorados.
 Necessário se faz que mudemos esse quadro deprimente, mas mudemos com amor e embasados por aqueles que gostariam de ver nossa sociedade mais justa e igualitária, o que só será possível quando dermos um basta ao preconceito e à discriminação.


  



segunda-feira, março 24, 2014

Existir ou não existir?

         
          Existir ou não existir vão sempre se confrontar, porque para deixar de existir é só existir. Portanto, só  deixa de existir aquilo que já existe.
E o espírito? Este pré-existe e re-existe não chegando nunca a ter fim, logo não existir não existe. Complicado? Nada. Essa questão de duvida se aplica apenas a tudo que é material, porque o espiritual se explica por ele próprio. E agora eu me pergunto: Por que choramos quando alguém deixa o invólucro material ou está prestes a isso. talvez porque ignoramos a essência das coisas. Há muito a ser compreendido nesse universo tão pouco conhecido.