sábado, março 05, 2011

No Meio

NO MEIO da terra afastarei
As esmeraldas para divisar-te
E tu estarás copiando as espigas
Com tua pluma de água mensageira.

Que mundo! Que profundo perrexil!
Que nave navegando na doçura!
E tu talvez e eu talvez topázio!
Já divisão não haverá nos sinos

Já não haverá senão todo o ar liberto,
As maçãs transportadas pelo vento,
O suculento livro nas ramagens,

E ali onde respiram os cravos
Fundaremos um traje que resista
De um beijo vitorioso a eternidade.
        
  Pablo Neruda 

Nenhum comentário: