domingo, setembro 26, 2010

Infidelidade e trauma

Infidelidade e trauma

Há situações na vida humana que revolta até a mais santa das criaturas. Uma delas é a infidelidade conjugal, porque fere a alma no que há de mais sublime do ser: o brio.
É certo que no contexto atual, pelo menos no Brasil, principalmente nas cidades do interior, elegeu-se por modismo a falta de respeito conjugal. Então é normalíssimo encontrar-se homens (prova de um dominante machismo) a desfilar sem o menor pejo, com outras mulheres sem sequer preocupar-se com a própria família. É como se de repente começassem a imitar na vida real as cenas de novelas que são exibidas no cotidiano. Acho mesmo que tais criaturas perderam a razão, e, em busca de aventuras, saciam egos doentios construídos em meio à insegurança afetiva e transformaram-se em perversos carrascos dentro da família ao demonstrando aos que lhes são caros forte prova de desafeto e desrespeito.
Ao mencionar ego, devo lembrar que tais pessoas no topo do individualismo esquecem que estão a provocar traumas em outras a partir de suas ações completamente voltadas para a satisfação íntima. Sabe-se de antemão que entre os traumatizados estão em primeiro lugar os filhos em segundo a esposa. Também se coloco filhos em primeiro lugar é porque já assisti a cenas desoladoras de crianças que choravam decepcionadas por ser alvo de chacota por coleguinhas na escola ao ser comunicadas pelos colegas o fato de terem presehciado o pai com uma amante. Para os filhos os atos pérfidos são ameaça de perda (lembrando que todo filho, até você leitor, não deseja ter seus pais separados), já para a esposa, ser relegada a segundo plano, significa ter estilhaçada sua estima.
Tal tema recorda-me um livro que não lembro mais o título, onde o autor dizia: a traição ou adultério, causa mais trauma ao cônjuge que a perda pela morte, visto que fere no que há de mais sublime: o amor próprio, a estima.  Porque quando é enganada a pessoa lesada se sente diminuída, imprestável, um lixo. Ou melhor, reduzida em sua capacidade de ser amada. Afinal ser amado é uma necessidade do ser  humano.
Sei também que ninguém pode ser coisificado a ponto de pertencer a alguém por direito inalienável, mas por outro lado que é mais leal chegar a quem está a seu lado e dizer: eu decidi viver de aventuras, não era isso que eu queria, é monótono ter apenas uma companhia, por isso estou partindo.  A partir daí, poderá ter quantas relações extraconjugais  quiser sem expor filhos ( não digo fazer sofrer) ou esposa ao ridículo.
Acho triste assistir ao desfilar de inumeráveis famílias destruídas na cidade em que resido,  tão pequena! Com  apenas   sete mil habitantes, mas que guarda em seu seio o imensurável problema do desajuste familiar, da educação doméstica pautada completamente nos modelos fornecidos pela mídia televisiva. E como é tão bem imitada pelos de parco conhecimento! Também é  imitada pelos que se dizem intelectuais, porém que trazem no caráter o individualismo e, por isso, obrigam às proles ingênuas traumas irreparáveis e  sujeitos a perpetuação, uma vez que tais comportamentos foram absorvidos através da exemplificação e poderão ser repassados aos descendente.
Diante do exposto, nem se deve falar em melhoria moral neste mundo. Pois o que se preconiza como inteligência e esperteza está longe daquilo que se diz evolução, porque inteligente para a grande maioria é quem engana, adultera, tira o que não lhe pertence, rouba. São essas práticas atuais que não só abomino, mas também vejo como o cúmulo do atraso espiritual, mascarado  pelo egoísmo e desrespeito a criatura humana, visto que pelo fato de ser filha do mesmo Pai, Deus, Perfeição Suprema, ao permitir que nascêssemos, pela Lei Natural  deixava implícito a responsabilidade de evoluirmos.  Jamais voltarmos ao estado primitivo da humanidade.
Devo dizer, em suma, que sou contra o adultério, esse modismo desmedido que chamo de decadência moral, pois sou a favor da decência, e, coloco a família,  entre as demais sociedades,   como prioridade absoluta para a construção de uma humanidade feliz e que tem respeito pelos sentimentos do outro.

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