quarta-feira, janeiro 18, 2012

Sina

      Antônio José
 Estava pensando com a monotonia
 Que na vã magia me apareceu
 Refletimos torpes os nossos momentos
Mas sem sentimentos para não abalar
Andamos na rua e colhemos flores
Frutas sem sabores pra não perturbar
Vimos tantos rostos tantas peripécias
Um em cada história, cada história em um
É cada alegria e cada tristeza
É a natureza em seu natural
Dez ladrilhos cinzas em vastas pastagens
Dez olhos sangrentos em negras ramagens
Já não choram mais os filhos do tufão
Pois secarão mares de choros azuis
Crianças morenas e homens seminus
São crias da terra e filhas de urubus
E magras ossadas a serem vendidas
São carnes perdidas são carnificina
Mas gritos e choros que ainda se ouvem
Brilham como orquestras em cada esquina
Saciar a fome com o poder da dor
Congelar o amor pra poder vender
Uma casa branca de limpo perfume
Pode ter estrume se se procurar
Porém não desisto desta minha sina
Enquanto brilharem os olhos da menina




Um comentário:

Antônio Xavier disse...

-D.Martinha, assim a senhora me mata do coração! É muita surpresa. Adorei a senhora ter redescoberto as poesias, afinal, faz um bom tempo que forão escritas, foi logo quando começei a me aventurar pelos rumos da poesia. Sinto-me lisonjeado com a homenagem e agradeço de coração.