sábado, janeiro 29, 2011

Melancólica manhã

Triste e doce manhã que quase termina, mal posso te tocar com meus olhos, pois que eles queimam violados por tua luz.

Amedronta-me encarar-te de frente, por ser sempre apedrejada pelos olhos sequiosos da mais despudorada inveja disfarçada em retidão… Sei não… Mas me parecem ressentidos de um não sei o que que lhes reprimem, lhes oprimem, então exprimem ódio por mim, quando na verdade é um espelho o que veem, a ojeriza que lhes causo não passa de um auto-reconhecimento, sou um retrato da parte imunda de tudo e todos…

E nesta melancólica manhã sinto mais forte o pesar por tantas almas inquietas, amargas, horrendas… Pálidas senhoras de vozes estridentes e olhares estranguladores, pobres crianças amaldiçoadas pela super proteção!

Choramingam a atenção que não tem deles, mas que roubam de meus ouvidos já fatigados de tanta luz e tantos sons… Sirenes me roubam a inspiração… Seres vermelhos, fardas atraentes e cabeças vazias cheias de maus pensamentos, disputam a atenção de meus sentidos já inertes que esperam por repouso e esquecimento…

Coisas que não escrevo, coisas que deveriam ser escritas… liberdade de pensar não mais existe! Como dizer a uma ser que pensa milhões que deve falar em apenas um? Um miserável tema, uma estapafúrdia solução, algo que atraia os gostos dos geradores de “monopensadores” hipócritas e medíocres, tal qual eles próprios.

Hoje em dia, parece ser pecado mortal pensar por si mesmo: Eis o fato, eis a prova! eis o trato eis a cova!

Malditos!!! Que sejam condenados à uma eternidade de retidão monocromática!!!

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